Galeria Almeida e Dale traz Milton Dacosta de volta a São Paulo em A Cor do Silêncio

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Ser artista é uma fatalidade.
Não pinta quem quer ser pintor.
Só é pintor quem não tem outro jeito.

Milton Dacosta

Após 12 anos de espera o público paulista pode conferir na Galeria Almeida e Dale uma retrospectiva sobre a obra de Milton Dacosta. São 54 obras organizadas cronologicamente e que traçam o percurso do artista desde a década de 1930 até os anos de 1980. Nas palavras de Denise Mattar, curadora da exposição, trata-se de “um caminho sem estrelismos de um dos mais importantes artistas de nosso país, dono de uma obra pessoal e original que resiste, bravamente, a classificações”.

Milton Dacosta nasceu em Niterói, Rio de janeiro, em 19 de outubro de 1915. Precoce, iniciou seus estudos de desenho e pintura aos 14 anos de idade em sua cidade natal, mas logo matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, já imaginando ir mais longe. A escola logo seria fechada pela Revolução de 1930. Junto aos colegas, bem mais velhos, Dacosta fundou o Núcleo Bernardelli, que reivindicava mais liberdade de criação. O grupo praticava desenho com modelos vivos e a pintura ao ar livre, e suas obras tinham como temas mais comuns o retrato, autorretrato, nus, passagens e naturezas-mortas.

Na década de 1940 Manuel Dacosta parte para uma busca pessoal mais voltada para a estrutura da imagem. Nesta fase se interessa por De Chirico, mas sem a angústia deste. As obras de Dacosta trazem o lúdico, tema constante em sua carreira. Em 1945 viaja para os Estados Unidos, onde estuda na Art Students League of America. No ano seguinte vai para Paris, onde conhece pessoalmente Pablo Picasso e Giorgio Morandi e estuda na Académie de La Grand Chaumière. Em 1947 Dacosta volta ao Brasil; em 1949 casa-se com a pintora Maria Leontina e passa a residir em São Paulo. Ainda voltou a residir por um período em Paris, dessa vez junto de sua esposa.

Ao longo de toda sua carreira, Milton Dacosta sempre procurou trilhar o caminho que lhe interessava. Considerava que toda arte era uma criação abstrata. Segundo a curadora Denise Mattar, seu ciclo criativo teve início com o neoimpressionismo da Escola de Paris; passou pelo cubismo cezaniano, reduziu a forma até chegar à eliminação total da alusão figurativa e retornou à figuração, completando assim sua trajetória. Nas palavras de Olívio Tavares de Araújo, “Seu projeto artístico, em qualquer época, acredita no envolvimento, na sedução, numa insidiosa carícia ao olhar. Mesmo os quadros geométricos da década de 50 permanecem sempre mágicos, lúdicos, fluidos, fluentes, e nunca se endurecem ou afastam. É nesse colóquio amoroso que reside seu segredo – e é ele que distingue sua plena posse do talento”.

Milton Dacosta – A Cor do Silêncio
Galeria Almeida e Dale
Rua Caconde, 152, Jardim Paulista – São Paulo
De segunda a sexta, das 10:00 às 19:00
Entrada gratuita
Até 24/11

 

Paula Reis

Paula Reis

Publicitária formada pela ESPM-SP, faz parte da equipe da Blombô, o primeiro marketplace de arte online do Brasil. Apaixonada por escrever e por Arte em todas as suas formas, vem produzindo conteúdo desde os primórdios da internet e se especializando em História da Arte, com cursos pelo MASP Escola, Escola Panamericana de Arte e outras instituições. Se você tem qualquer dúvida ou sugestão para o Blog, mande uma mensagem: ela também adora conhecer novas pessoas e trocar ideias!

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