Depois que matou um homem, em 1980, num incidente de rua, o pintor Iberê Camargo (1914-1994), um dos maiores abstracionistas brasileiros, voltou à figuração. Passou a pintar seres humanos que mais parecem espectros e monstros e outras imagens meio assustadoras – o que faz sentido, depois do que ele viveu. Mas antes disso, Iberê já era um artista altamente dramático. Seus quadros abstratos da década de 1970 resultam de gestos vigorosos que criam formas estranhas, como as sugestões de olhos no quadro acima [ao lado?]. A energia, a força interior e o conflito que vem à tona na obra de Iberê são únicos. Um mestre consumado.