Neste mês celebra-se o centenário da Semana de Arte Moderna, marco oficial do modernismo brasileiro
Entre 13 e 18 de fevereiro, no Teatro Municipal de São Paulo, sem grande audiência e com uma série de críticas, acontecia um evento que só veio a ter importância nas décadas seguintes, tornando-se até hoje fonte de estudo e influência na arte.
O acontecimento não foi muito popular, nem teve muito impacto durante a semana, e foi criticado por intelectuais importantes. Podemos relembrar o famoso episódio protagonizado por Monteiro Lobato sobre a obra de Anita Malfatti, alguns anos antes, quando chamou sua obra de “arte anormal” fruto de “paranóia e mistificação”.
As ideias modernistas rompiam com a arte acadêmica, a poesia parnasiana, a literatura romântica e a música de influência européia.
No ano de 1922 celebrava-se o centenário da Independência do Brasil e os artistas desejavam construir a identidade nacional dentro de um movimento genuinamente brasileiro.
O clima era de diversas mudanças políticas, econômicas e sociais como o advento da industrialização, da urbanização e da imigração estrangeira.
Como uma revolução intelectual, o modernismo visava a valorização da identidade e da cultura brasileira, a liberdade e a experimentação estética, e o uso da linguagem coloquial para aproximar-se do povo. As obras traziam cores e temas brasileiros e rompiam com o formalismo acadêmico assim como as vanguardas artísticas européias – futurismo, cubismo, dadaísmo, surrealismo e expressionismo.
Mesmo sendo uma manifestação cultural revolucionária que visava destruir os cânones tradicionais, foi apoiada por uma elite conservadora. As proposições eram voltadas para o âmbito da estética artística sem questionar privilégios de classe ou a economia vigente.
Os Principais artistas da semana de arte moderna de 22 foram
- Mário de Andrade (1893-1945);
- Oswald de Andrade (1890-1954);
- Graça Aranha (1868-1931);
- Victor Brecheret (1894-1955);
- Plínio Salgado (1895-1975);
- Anita Malfatti (1889-1964);
- Menotti Del Picchia (1892-1988);
- Ronald de Carvalho (1893-1935);
- Guilherme de Almeida (1890-1969);
- Sérgio Milliet (1898-1966);
- Heitor Villa-Lobos (1887-1959);
- Tácito de Almeida (1889-1940);
- Di Cavalcanti (1897- 1976);
- Guiomar Novaes (1894-1979).
As ideias modernistas passaram a reger a academia brasileira, principalmente por influência das revistas, movimentos e manifestos como a Revista Klaxon, Revista Estética, Movimento Pau-Brasil, Movimento Verde-Amarelo, Manifesto Regionalista, Revista de Antropofagia e o Movimento Antropofágico.
A Semana de 22 cumpriu o papel de divulgação da arte moderna, que, por sua vez, cultivou o terreno para a consolidação de uma revolução artística e literária que tomou forma durante todo o século XX.
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