Tela foi feita em 1921, durante seus estudos em Paris
Desde a exposição Tarsila popular, realizada em 2019 pelo MASP, Tarsila do Amaral tornou-se um fenômeno ainda mais poderoso. A artista foi a responsável por levar uma multidão de 402.850 visitantes ao museu – recorde histórico da instituição. Cada menção ao seu nome ou publicação de suas obras mais icônicas é certeza de atrair cliques e visualizações.
Não por acaso, o lote 7 do catálogo do 28º Leilão da Blombô é o campeão de acessos. Trata-se de um óleo sobre tela feito por Tarsila em 1921 durante seu período de estudos, quando frequentou a Académie Julien, de Rodolphe Julien, e a Académie Renard , de Emile Renard. Utilizando modelos vivos para aprimorar desenhos, pinturas e estudos de luz, os nus eram chamados de “Academia”, para assim identificar uma obra com origem na escola formal.
O presente trabalho de Tarsila do Amaral mostra seu processo de desprendimento dos traços mais realistas e conservadores, originados nos seus estudos no Brasil com Pedro Alexandrino, e seu natural amadurecimento no uso das cores, luz e domínio técnico que resultaram nas obras que veio a fazer depois de voltar ao Brasil em meados de 1922. Uma obra importante e um marco nessa fase de transição da carreira da artista que, em uma carta escrita em 1923 a seus pais, disse: “Quero ser a pintora do meu país”.
O leilão da Blombô acontece no dia 14/09, segunda-feira, e vai ser transmitido ao vivo pelo canal Arte1, a partir das 20h. A transmissão vai contar também com a participação especial da curadora Denise Mattar, comentando algumas das obras mais significativas de nosso catálogo.