Palatnik – pioneiro da Arte Cinética

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Neste mês homenageamos o pioneiro da arte cinética Abraham Palatnik (1928-2020). Reconhecido internacionalmente, seu primeiro destaque foi a obra Aparelho Cinecromático, incluída na 1ª Bienal de São Paulo, em 1951. Depois disso teve seus trabalhos expostos em sete edições da Bienal de São Paulo, entre 1951 e 1963, e nas bienais de Veneza (1964) e Córdoba (1966), e em mostras individuais e coletivas na Europa e nos Estados Unidos.

Aparelhos Cinecromáticos, Abraham Palatnik

Nascido na cidade de Natal, filho de pais judeus, com apenas quatro anos de idade, Abraham Palatnik foi enviado à Palestina, hoje Israel, para realizar seus estudos fundamentais. A seguir, ainda em Tel Aviv, entre 1942 e 1947 fez curso de especialização em motores de explosões – automóveis e tanques –, enquanto, em aulas noturnas, estudava pintura, desenho, história da arte e estética no Instituto Municipal de Arte. Este conjunto de saberes marcou sua trajetória de mais de seis décadas de trabalho, como exímio inventor e artista e teve mais de 100 exposições.

Objetos Cinéticos, Abraham Palatnik

Em 1964 Abraham Palatnik apresentou os Objetos Cinéticos, compostos por hastes ou fios metálicos, com placas de madeira em formas de figuras geométricas que se movimentam, acionados por motores e ou eletroímãs. Palatnik explora possibilidades estéticas dos campos magnéticos, que incluem, em alguns casos, a participação do espectador. Desta forma ele funda a vertente tecnológica da arte brasileira utilizando materiais simples como vidro, barbante, cartão e hastes metálicas, encontrados no comércio popular agregando valor poético à sua arte. Esta série consolida a obra de Palatnik com importância internacional na mesma linha de artistas como Calder, Moholy-Nagy, Miró e Soto. Palatnik, não chega a integrar o Concretismo (1956) e Neoconcretismo (1969), mas antecipa tendências propostas pelos grupos Ruptura e Frente.

Relevos Progressivos, Abraham Palatnik

Palatnik continuou experimentando uma ampla variedade de mídias. A partir de 1962, ele começou a entalhar em madeira, criando relevos com linhas ondulantes paralelas inspirado em sua crença de que o artista deveria “disciplinar o caos em relação à informação”. Os Relevos Progressivos, tem um sequenciamento dos cortes na superfície do material — cartão, metal ou madeira — com ondas que variam dependendo da profundidade e da localização do corte, constituindo sua própria dinâmica.

Na década de 1970 o artista realiza a série Progressões, “pinturas” formadas por faixas de jacarandá montadas ritmicamente em sequências de lâminas finas cortadas a laser. Nelas Palatnik explora antes de tudo a transparência do material e a cor como forma de ampliar a ideia de espaço. Depois, movimentando as varetas do “quadro fatiado” no sentido vertical, “desenha” a futura obra, construindo um ritmo progressivo da forma, conjugando expansão e dinâmica visual. 

O artista passou a maior parte de sua vida profissional trabalhando no Rio de Janeiro e morreu no dia 20 de maio de 2020 deixando um vasto legado que marca a transição da  moderna para a contemporânea e suas obras atingem recordes de valor de mercado.

Fontes: 

Google Arts And Culture

https://artsandculture.google.com/exhibit/abraham-palatnik-ccbb-rio/BQLiXk2Xd4r6KQ?hl=pt-BR

Nara Roesler

https://nararoesler.art/usr/documents/exhibitions/list_of_works_url/28/catalogo_abrahampalatnik_web.pdf

CCBB

https://ccbb.com.br/wp-content/uploads/2021/06/AbrahamPalatnikAReinvencaodaPintura.pdf

Ana Maria

Ana Maria

Jornalista com formação em psicanálise e especialização no mercado de arte.

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